09/06/2014

Crítica de Matthew Pejkovic sobre ‘The Rover’


No site Matt´s Movie Reviews, The Rover recebe uma nota “excelente”. Matthew elogia muito o desempenho de Rob dizendo que o ator soube criar um personagem cativante e bem diferente da beleza teen que o destacou na mídia em seu papel anterior como Edward Cullen e que o ator sabe escolher seus diretores e roteiros. Nós concluímos lendo as palavras deste crítico que o filme não pode deixar de ser visto.


The Rover de David Michod é uma intensa e inquietante viagem em um mundo sem bênção divina, com Robert Pattinson num processo de definição de carreira se entregando numa interpretação fascinante.
Há algo no cenário pós-apocalíptico que é comum em filmes feitos por australianos. Tem a ver com as vastas paisagens áridas do sertão, e uma desesperança e isolamento que tais imagens podem provocar.
É o lugar onde o escritor/diretor David Michod definiu seu último filme The Rover. Para ser exato o filme se passa 10 anos no futuro, em que um colapso econômico mundial vê o mundo sucumbir ao desespero e a ilegalidade.
Michod revê muitos temas darwinianos que também foram destaque em sua excelente estréia com Reino Animal, no entanto intensifica-se aqui com um niilismo que é tão pesado que quase sufoca.
Eric (Guy Pearce) surge do pó, um nômade obcecado em recuperar seu carro roubado por uma gangue de bandidos (Scoot McNairy, David Campo e Tawanda Manyimo). Seu único guia para rastreá-los é Rey (Robert Pattinson), um membro da gangue que foi deixado para morrer, e cuja ingenuidade o torna vulnerável num mundo onde os fracos não sobrevivem.
Cheio de uma densa atmosfera tensa, The Rover é o trabalho de um diretor no controle de todos os aspectos do seu ponto de vista. Enquanto Reino Animal teve um roteiro que foi tão potente quanto seu olhar, The Rover depende fortemente do estado de espírito para conduzir sua narrativa que, embora pareça simples superficialmente, se depara com muitas emoções sob o brilho de um sol escaldante.
Os dois homens, Pearce e Pattinson mostram que são excelentes. Pearce marca um de seus retornos mais fortes com o papel de um homem ferido, marcado e calejado por uma terra impiedosa, que quando direciona um olhar, pode fazer um buraco através de uma parede de tijolos.
Mas é Pattinson que fascina como Rey, se esforçando para se livrar da imagem de galã adolescente, com uma aparência ensebada e suja e um forte sotaque sulista. Retratando um homem de capacidade mental limitada, Pattinson é quase infantil, numa interpretação com uma mistura de tremores, hesitações e divagações, mas nada exagerado, um personagem super simpático num mundo insensível.
Isto é a prova de uma carreira pós Crepúsculo interessante para Pattinson, que sabiamente escolhe projetos dirigidos por cineastas conceituados (dois filmes com David Cronenberg, e em seguida com Werner Herzog e Anton Corbijn).
Michod é definitivamente um cineasta muito confiante por enfrentar o desafio de um segundo filme com um olhar seguro que contesta esta violência selvagem num ambiente sem Deus e sem a marcação de Anthony Partos.
Ainda sim o real ambiente que aflige The Rover é muito forte, algo complexo, perverso, que ameaça consumir e se ocultar da graça divina. Algo tão humano, que se torna ainda mais ameaçador, como qualquer conto de um mundo sem Deus deve ser.

Fonte | Via | ViaVia

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