Desde o fim da “Saga Crepúsculo”, ele tem buscado novos desafios artísticos e se tornou um grande frequentador de festivais por sua atuação em produções mais autorais. Em Berlim, ele declarou que sua vida tem seguido bem depois da franquia vampiresca. Entretanto, mexendo no cabelo e alisando a barba hipster, garante que não tinha um plano específico para deixar tão para traz as lembranças do vampiro que brilhava. “Mas aí surgiu a oportunidade de trabalhar em ‘Cosmópolis’, três semanas antes de finalizar as filmagens do último longa de ‘Crepúsculo’”, contou, durante a entrevista coletiva do festival alemão. “Tudo mudou, desde então. De repente, os filmes dos quais gosto estavam ao meu alcance como ator. Claro que estou tentando me tornar um ator cada vez melhor, mas minha carreira está no rumo que sempre quis”, ele afirmou.
Este rumo o levou a “Life”, filme do cineasta holandês Anton Corbijn (“O Homem mais Procurado”), em que interpreta o fotógrafo Dennis Stock. Na trama, ele percorre os EUA com a missão de fotografar o astro James Dean (“Juventude Transviada”) para a revista Life. Segundo o ator, a produção vai além da simples cinebiografia, pois trata de “temas universais”. “O filme foca no lado artístico desses homens que ainda não foi explorado totalmente.”
James Dean tinha apenas 24 anos quando morreu num acidente de carro em 1955. Assim como Dane DeHaan (“O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”), que dá vida ao ator em “Life”, Pattinson logo chegará aos seus 30 anos e acredita que, apesar da morte de Dean ter ocorrido há tanto tempo, o astro de “Juventude Transviada” (1955) continua sendo um ícone para sua geração. “Definitivamente, em especial quando eu era mais jovem. Acho que todo ator vive uma fase obcecada por James Dean. Eu descobri quem ele era antes de saber que um dia queria ser ator. Dean definiu um estilo e influencia atores com sua presença física. Todo mundo que tenta parecer descolado copia James Dean.”
DeHaan também tem Dean como ídolo. “Eu tinha um pôster dele no meu quarto quando estava na faculdade. Na escola de atuação, meus professores sugeriam que eu assistisse aos filmes dele e estudasse sua forma de interpretar”. Por isso, dar vida ao ator não foi tarefa fácil para ele. “Fiquei hesitante em aceitar esse papel, porque eu coloco Dean num pedestal. Foi muito estressante, senti muita pressão e no início realmente questionei muito se deveria ter feito esse trabalho.”
Ajudou muito o fato do diretor Anton Corbijn não querer filmar o “James Dean icônico”. “Eu não vejo James Dean como um ícone de rebeldia. Ele perdeu a mãe e não há nada de rebelde nisso”, observa o diretor. “Ele era um ator que seguia suas próprias regras, mas nem por isso ele era um rebelde”.
Responsável por interpretá-lo, DeHaan assumiu ter se sentido aliviado com a abordagem do cineasta. “O filme é sobre como um ser humano se transforma em um ícone e o quanto isso o impacta”, ele explica. “Além disso, é sobre dois artistas muito diferentes. Stock era tomado pela ansiedade e o medo. Dean era mais relaxado. Ele não se preocupava em ficar buscando novos trabalhos. Preferia que as coisas chegassem até a ele. O trabalho quase sufoca Dean, enquanto impulsiona o de Stock. Ambos veem os pontos altos e baixos de cada um.”
Para Corbijn, que teve uma carreira premiada como fotógrafo antes de iniciar sua filmografia, a figura que mais lhe interessava em “Life” era justamente Dennis Stock. Foi a possibilidade de contar a história de um fotógrafo de estrelas, como ele próprio foi, que o atraiu ao projeto. “Eu me interessei em realizar esse filme por causa do ponto de vista que Stock tem de Dean. Achei interessante contar a história do fotógrafo e sua fonte de trabalho, nesse caso James Dean, que sempre esteve exposto ao olhar do público.”
Pattinson sabe muito bem o que é estar exposto na mídia, sendo perseguido por paparazzi, o que faz com que “Life” lhe abra uma nova perspectiva. Afinal, no filme é ele quem faz de tudo para fotografar a estrela. “Por um momento, me senti como um paparazzi”, ele brincou.
“Para ser bem honesto, eu tinha uma ideia muito equivocada dos fotógrafos”, Pattinson assumiu. “Para Corbijn, o filme é sobre a natureza do ofício de fotógrafo. Eu não vejo Stock como um fotógrafo, mas alguém que, sob várias circunstâncias, se via como um artista. Era mais fácil para mim me projetar em Dean, porque busco o respeito como um artista, assim como ele, por isso foi um grande aprendizado”, concluiu o ator.
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